Se o assunto é a gestão de dados em qualquer organização, uma coisa é certa: precaução não é apenas aconselhável, mas uma verdadeira questão de sobrevivência. É fundamental ter em mente que ameaças diárias podem colocar a informação em risco e, consequentemente, arruinar um negócio independentemente de seu sucesso.
Se grandes corporações mundiais, a exemplo da Microsoft e do Banco HSBC, já sofreram grandes marcos em suas trajetórias devido a deslizes na segurança da informação, todo cuidado é pouco!
De ameaças cibernéticas a roubos de equipamentos e quedas de energia, o banco de dados do seu negócio está vulnerável a arriscados imprevistos – e é fundamental ter um plano de ação caso eles aconteçam na prática.
Estratégias bem fundamentadas para lidar com acidentes podem ser um grande bote salva-vidas para a sua empresa. Saiba mais sobre a importância e o processo de criação do plano de Disaster Recovery (DR)!
Recapitulando: o que é Plano de Disaster Recovery e qual a sua importância?
Para retomar a tradução do inglês, estamos falando de um Plano de Recuperação de Desastres. Trata-se, assim, de um documento de planejamento que estabelece ações e diretrizes importantes para restabelecer os recursos e serviços de TI depois de um evento crítico.
Este evento, como vimos, pode ter as mais variadas causas: ataque cibernético (como o ransomware), desastres naturais (como uma enchente que atinja os servidores ou pane elétrica), danos nos equipamentos, erro humano, roubos e perdas, dentre outros.
Saiba Mais: As falhas de segurança da informação mais comuns nas empresas (e como resolvê-las)
Nesse sentido, o plano de Disaster Recovery (DR) é um guia para que os profissionais corrijam problemas e minimizem os danos de um desastre de TI, evitando perder informações sigilosas, estratégicas e cruciais para a continuidade do negócio.
Muito mais do que focar em ações de remediação depois que o “mal” for concretizado, é preciso que a equipe esteja preparada para qualquer possível cenário. No fim, um bom plano de DR pode salvar a reputação e a própria sobrevivência do empreendimento!
4 dicas-chave para criar um Plano de Disaster Recovery eficaz
De uma maneira geral, a chave para um bom planejamento de Disaster Recovery está baseado em objetivos realistas e coerentes com as necessidades do negócio. A ação integra, dessa forma, uma política eficiente de segurança da informação.
O documento, assim, deve contemplar fatores como a análise do impacto de possíveis crises, o entendimento dos riscos e a classificação do nível de importância dos dados e aplicações a serem recuperados.
Confira 4 dicas fundamentais para um plano de DR eficaz:
Analise qual é a real capacidade de recuperação da empresa
Em outras palavras, determine no documento o quão tolerante seu negócio é em relação à perda de dados e à paralisação das operações. É importante ter em mente que não se trata apenas de possíveis prejuízos econômicos, mas também da reputação da marca diante do mercado e dos clientes.
Para definir a capacidade de recuperação, algumas perguntas essenciais são:
- Quanto custaria à empresa recuperar os dados?
- Quanto tempo a empresa levaria para recuperar as informações?
Esses questionamentos estão diretamente ligados à definição do chamado ponto de recuperação e do tempo de recuperação.
O ponto de recuperação pode ser mensurado pela quantidade aceitável de informações que podem ser perdidas, ao longo do tempo, até o ponto de interrupção dos processos e serviços da empresa. Ele indica, assim, qual é o ponto no qual as informações precisam ser restauradas para que não ocorra a paralisação do trabalho.
Já o tempo de recuperação define qual é o momento ideal, depois de ocorrido o desastre, para que os serviços sejam retomados e estejam disponíveis novamente. No caso de um e-commerce que saia do ar, por exemplo, o tempo para que o site volte a ação deve ser o mínimo possível.
Faça um levantamento detalhado dos dados a serem recuperados
Outra etapa indispensável do plano de Disaster Recovery é definir o próprio escopo da operação, ou seja, determinar quais dados devem ser recuperados e com qual prioridade.
Vale notar o processo envolve mais do que bancos de dados: workloads, aplicações e ambientes virtuais também devem ser considerados. Dentre os pontos importantes a serem levantados nesta fase, podemos citar:
- O volume de dados que deve ser restaurado;
- O mapeamento das informações, de acordo com seu nível de importância e criticidade, a serem recuperadas;
- O número médio de usuários que terão acesso aos dados durante o procedimento;
- O tempo para restaurar os backups existentes;
- O nível de sigilo dos dados;
- Os recursos de TI que serão necessários para realização do processo;
- Os possíveis obstáculos para reinstalar os softwares;
- O grau de competência dos profissionais que atuarão no processo de restauração.
Defina uma boa estratégia de backups periódicos
Não há como falar em estratégias de disaster recovery sem mencionar a importância dos procedimentos de backup.
Indispensáveis para gestão de crises, a realização eficaz de backups periódicos garante a disponibilidade das informações corporativas na grande maioria dos casos. É fundamental, nesse cenário, que o plano de recuperação de desastres garanta a execução de um sistema que atualize constantemente os backups, assim como seu monitoramento contínuo.
O documento deve prever, assim, a restauração dos dados a partir da realização de backups estratégicos e de rotina, incluindo processos diários, armazenamento local e na nuvem, uso de criptografia e verificação da integridade do backup, dentre outros aspectos.
Saiba Mais: Política de backup: conceito, importância e dicas de elaboração
Documente responsabilidades em detalhes
É fundamental que o plano de Disaster Recovery documente a responsabilidade de todos os profissionais envolvidos no processo. Os papéis precisam ser claramente definidos – afinal de contas, é crucial assegurar que o time tenha pronto acesso a instruções diretas e objetivas durante a simulação ou a ocorrência de um real desastre.
Nesse contexto, para executar seus papéis com eficiência, é importante que os profissionais envolvidos recebam treinamento detalhado e qualificado. Cursos especializados e simulações que exijam a prática das ações planejadas de disaster recovery devem estar incluídas na capacitação.
Por fim, vale a pena acrescentar que o plano de Disaster Recovery não é um documento estático e definitivo, devendo estar em constantes atualização e revisão. Para além da previsão de medidas reparadoras, uma mentalidade de prevenção contínua de danos e perdas, aplicada ao dia a dia da equipe, é elemento-chave para obter sucesso na tarefa.
Sua empresa já implementa ações de Disaster Recovery? Quais são os atuais cuidados relativos à segurança da informação no seu negócio? Deixe seu comentário e compartilhe suas dúvidas e experiências conosco!