O cibercrime está crescendo 15% por ano e deve se tornar uma indústria ilegal de 10 trilhões de dólares nos próximos 5 anos, segundo o grupo de analistas Cyber Security Ventures. 

Agora, a decisão de Vladimir Putin de invadir a Ucrânia deve acentuar ainda mais essa tendência, à medida que gangues hackers aliadas à Rússia miram negócios para prejudicar as economias do Ocidente.  

O analista de guerras cibernéticas e veterano de serviços secretos Yuval Wollman alertou para uma “assimetria” no conflito que se aproxima, com a busca da Rússia para explorar capacidades superiores de ataque no mundo digital. 

Com as iniciativas cibernéticas, o objetivo do país do leste europeu seria compensar seu déficit no poderio militar tradicional e a reação econômica causada por seu novo status de “pária internacional”. 

“Que ferramentas o Kremlin tem contra sanções?”, indagou Wollman, presidente da firma de segurança da informação CyberProof e ex-oficial da Inteligência de Israel. “Eles não têm ferramentas econômicas – eles precisam estabelecer um novo tipo de relação com a economia chinesa, mas isso levará muitos anos devido à falta de infraestrutura.”

“A ferramenta que o Kremlin tem para mitigar esses pacotes muito duros de sanções é a guerra cibernética – você me corta do SWIFT, eu vou revidar. Acredito que estamos na margem de ultrapassar as tensões entre os países e esbarrar no setor privado, então veremos mais e mais desse cenário nos próximos meses”. 

Em relação ao potencial de escalada da guerra cibernética, Wollman afirmou que é difícil quantificar o risco, mas apontou que os ataques patrocinados por atores estatais dobraram entre 2017 e 2021, com as empresas sendo cada vez mais atacadas por agências governamentais. Os dados são da companhia de TI Hawlett Packard. 

Em resposta ao contexto, os orçamentos de defesa – que financiam os programas de guerras cibernéticas – estão aumentando: em 2018, representavam 2,15% do PIB global, passando para 2,36% em 2020. Na Europa, os gastos devem aumentar ainda mais, com a Alemanha anunciando um pacote de 100 bilhões de euros em seu compromisso permanente com a OTAN. 

Isso significa que os orçamentos alocados para a guerra cibernética provavelmente também vão aumentar. De acordo com um relatório recentemente publicado pela Record, a Alemanha já vinha gastando 240 milhões de euros anuais para combater ciberameaças antes da invasão à Ucrânia levar o chanceler Olaf Scholtz a declarar um “rearmamento” histórico. 

“Primeiro, as tensões geopolíticas escalam a guerra cibernética”, afirmou Wollman. “Em segundo lugar, os governos investem em ciberdefesa. Em terceiro, isso força os cibercriminosos de estados-nação a atacar empresas privadas para tentar ganhar acesso a alvos governamentais.” 

“Fundamentalmente”, prossegue Wollman, “os ataques de estados-nação apoiam os objetivos políticos dos países que os financiam. O ciberataque nos websites da Ucrânia é clássico – ilustrando como um conflito do mundo real se reflete em uma guerra cibernética”. 

FONTE/LEIA MAIS: CyberNews 

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