A segurança digital prossegue no ranking das prioridades centrais das empresas, mantendo-se como uma das áreas com mais crescimento em investimentos e demandas do setor de TI. Nesse cenário, o chamado hacking ético é a aposta de cada vez mais organizações para burlar as táticas criminosas e alavancar a proteção cibernética. 

De maneira geral, podemos falar que o ethical hacking ou ainda ética hacking (como a prática também é conhecida) parte de um princípio claro: para vencer as ameaças hacker, é preciso saber pensar como um hacker. 

Nesse cenário, cresce a busca das empresas por profissionais especializados em processos de invasão e defesa de sistemas, os hackers éticos. Confira tudo o que você precisa saber sobre o assunto a seguir! 

Hacking ético: o que é? 

Também chamado de penetration test, pentest ou ainda “teste de invasão”, o hacking ético é a intrusão legal de dispositivos, computadores e sistemas para testar os níveis de defesa de uma empresa

Nesse sentido, os profissionais da área são encarregados de acompanhar as últimas tecnologias em ameaças hacker e invadir sistemas de diferentes maneiras para identificar vulnerabilidades – em consequência, as organizações conseguem mensurar suas fragilidades e fortalecer a segurança digital. 

Em outras palavras, trata-se de um “hacking do bem” que visa agir preventivamente para encontrar e fechar possíveis portas de entrada para cibercriminosos. 

Um pouco de teoria 

Além de definir um ramo de atuação profissional em TI, o hacking ético é derivado da ética hacking, que abrange valores morais e filosóficos de toda a comunidade atuante na área. 

Vale acrescentar que a criação do conceito data de 1984, ocasião de publicação do livro Hackers: heroes of the computer revolution, de Steven Levy. Na obra, o autor defende o compartilhamento de dados como um verdadeiro benefício para toda a sociedade.

Antes disso, nas décadas de 1950 e 1960, pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology) abordavam as primeiras questões-chave sobre a ética hacking, incluindo a importância do acesso livre a informações, a descentralização, os benefícios do compartilhamento de recursos/dados e a abertura à troca de conhecimentos.   

Como o hacking ético beneficia as empresas? 

Considerando a variedade de malwares e a velocidade impressionante de evolução dessas ameaças, investir em uma ampla gama de ferramentas de segurança digital é mandatório nos negócios. 

Backups regulares, firewalls, programas completos de antivírus e um bom treinamento dos funcionários em cibersegurança (reduzindo as falhas humanas) estão entre as ações mais importantes nesse sentido. 

Mais do que nunca, sabemos o quanto ataques virtuais, downtime (paralisação indeterminada dos processos  de trabalho) e a perda/violação de dados podem trazer consequências catastróficas para as organizações. Rombos financeiros, custos com ações legais e manchas permanentes na reputação empresarial são apenas alguns dos – graves – impactos. 

Nesse cenário, o profissional de hacking ético vem para suprir uma lacuna importante no reforço da proteção digital, e a demanda crescente por esse tipo de especialista nas empresas, não por acaso, é a prova dessa necessidade. 

Na prática, o hacker ético ou hacker de chapéu branco (white hat hacker) auxilia as companhias a eliminar brechas de segurança e identificar pontos vulneráveis, assim como incrementar suas políticas de proteção de dados e privacidade para manter a integridade da infraestrutura de TI. 

Para tanto, esses especialistas devem apresentar um profundo conhecimento das táticas, estratégias e motivações dos cibercriminosos ou black hat hackers, simulando suas ações para descobrir “pontos fracos” nos sistemas. Além disso, precisam dominar quesitos-chave das organizações, incluindo os sistemas em funcionamento, os equipamentos e a política de segurança da informação

Vantagens da atuação de hacking ético no ambiente corporativo 

De maneira geral, o profissional de hacking ético trabalha na modalidade de consultoria, realizando uma avaliação do estado da infraestrutura de TI dos negócios e disponibilizando um diagnóstico estratégico. 

Dessa forma, propõe mudanças e soluções pontuais para promover um ambiente de trabalho mais seguro, equipando o parque tecnológico da empresa para enfrentar as diversas ameaças que podem surgir. 

Nesse contexto, as vantagens incluem: 

  • Evitar a inutilização dos equipamentos de TI, fortalecendo os protocolos e políticas de segurança;
  • Melhoria geral da cibersegurança, com detecção de vulnerabilidades e proposta de soluções eficazes; 
  • Conscientização dos colaboradores acerca do valor das medidas de proteção de dados, incentivando a melhoria de processos internos; 
  • Proteção da integridade dos dados dos clientes;
  • Prevenção da espionagem industrial e outras práticas cibercriminosas no âmbito corporativo. 

Profissão Hacker Ético: como funciona e como se tornar um especialista da área? 

Como mencionamos, os hackers éticos precisam deter conhecimentos profundos em táticas hacker black hat, habilidades que serão colocadas à prova nas consultorias e em diferentes formas de atuação. 

De fato, profissionais do segmento podem se especializar em áreas distintas, sendo que as principais são: 

Desenvolvimento de novas aplicações 

Os especialistas com maior conhecimento em programação podem focar no desenvolvimento de aplicações, ajudando as empresas a implementarem novas funcionalidades em sistemas de segurança, modificando-os. 

Nesse segmento, é comum que os profissionais trabalhem com projetos de software open source (código aberto). 

Penetration testing (pentesters

Esses hackers éticos utilizam técnicas de penetration testing (testes de invasão) ao prestar seus serviços para as organizações, aplicando recursos e ferramentas especializadas para escanear (“varrer”) as redes e os servidores de empresas, visando detectar falhas e fragilidades. 

A depender do especialista, é possível oferecer tanto o “conserto” ou remediação dessas falhas ou somente um relatório de vulnerabilidades, reportando os riscos e lacunas nos sistemas corporativos. Dessa forma, solucionar os problemas pode ou não passar a ser uma responsabilidade da própria empresa. 

Hackers éticos independentes 

Existem também os profissionais que trabalham de forma autônoma, sem firmar contratos ou prestar consultorias profissionais para as organizações. De maneira independente, esses hackers éticos buscam falhas em sistemas com a utilização de programas chamados de big bounty

Nessas aplicações. os negócios oferecem recompensas financeiras aos profissionais que relatam problemas de segurança detectados. 

Como começar a atuar com hacking ético? 

Como podemos perceber, atuar na área exige sede de conhecimento, atualização constante e um forte senso de honestidade. Hackers éticos tendem a ser profissionais extremamente valorizados e reconhecidos no mercado, apresentando habilidades em análise de sistemas, desenvolvimento de softwares e, claro, segurança da informação. 

Entre os principais caminhos para se especializar na área, alguns pilares importantes são: 

  • bom/ótimo nível de inglês;
  • atualização constante via portais especializados, 
  • cursos de capacitação nos segmentos abrangidos, a exemplo de segurança de dados e programação;
  • obtenção de certificações internacionais em ethical hacking, como a da Ethical Hacking Foundation (EXIN)

E aí, gostou do conteúdo? Esperamos que tenha esclarecido suas dúvidas sobre a  relevante área de hacking ético e sua importância crescente no universo da segurança da informação! 

Aproveite para conferir também quais são os principais riscos em cibersegurança e como combatê-los no seu negócio! 

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