A chamada cultura ágil (agile) é um dos conceitos de maior destaque no universo da TI. Com a transformação digital e todas as novas demandas desse cenário em ascensão, as velhas metodologias e a postura tradicional não dão mais conta do recado – é preciso adotar soluções mais eficientes para processos mais produtivos e uma melhor experiência do cliente. 

Nesse cenário, a mudança cultural que é tema deste artigo vai muito além da implementação da metodologia ágil ou agile. Abrangendo a gestão e as práticas que extrapolam a TI, o conceito promove melhorias contínuas nos processos e diferenciais competitivos para os negócios. 

Saiba mais a seguir! 

Muito além do framework: entendendo a cultura ágil 

Como vimos, as novas – e exigentes – demandas do mercado digital provocaram uma verdadeira corrida das empresas para implementar os famosos frameworks e métodos ágeis (como o método Scrum, por exemplo). 

Na prática, essa agilidade traz a promessa de mais eficácia, simplicidade e produtividade para todas as etapas do desenvolvimento de produtos e serviços, ajudando a criar um ambiente de TI mais sustentável. 

A jornada por obter todos esses benefícios, no entanto, se provou frustrante para grande parte dos negócios. Afinal, onde está a eficiência prometida pela agilidade? E todo o valor agregado? 

Pois bem: o problema desses negócios está principalmente na dificuldade de entender que o ágil não é um conjunto de técnicas, método ou framework a ser seguido passo a passo. É preciso investigar os porquês e entender o que motiva as mudanças nos processos. 

Estamos falando, em outras palavras, de mudanças na cultura organizacional

Certo, mas como podemos definir a cultura ágil? 

Primeiro, vale lembrar que a cultura organizacional é o conjunto de valores, normas e práticas que atua como uma verdadeira bússola para guiar os hábitos, comportamentos e crenças de todos os funcionários de uma empresa. 

Nesse sentido, muito mais do que um método de executar tarefas, a cultura ágil é uma grande mudança na cultura do negócio, impactando a forma como os projetos e rotinas são encarados no dia a dia. 

Para ser de fato ágil, a organização deve colocar em prática os princípios e valores definidos pelo chamado Manifesto Ágil. A partir daí, o conceito se refere a um novo modelo de gestão, reduzindo as hierarquias e transformando as funções e as responsabilidades dos colaboradores. 

O Manifesto Ágil 

Criado em 2001 por um grupo de desenvolvedores americanos, o Manifesto Ágil foi criado para documentar as diretrizes e prioridades para aplicar a perspectiva ágil nas empresas de TI. Formalizando e orientando para as metodologias da agilidade, o documento conta com 4 valores e 12 princípios. 

Os valores são: 

  • a interação e a participação do cliente no projeto é mais importante do que a negociação do contrato entre as partes;
  • a interação entre os membros e os próprios os indivíduos são mais importantes do que ferramentas e processos;
  • a capacidade de responder rapidamente às mudanças é mais importante do que seguir o planejamento definido;
  • manter os softwares em funcionamento é mais importante do que possuir uma documentação abrangente. 

Entre os 12 princípios do documento, podemos citar o impulso para executar os projetos em um ambiente com pessoas motivadas, o funcionamento do software como prioridade e a busca pela excelência técnica/bom design. A busca constante pela eficácia também é um ponto essencial do manifesto. 

Leia Mais: Gestão em TI: como aplicar o GLPI?

Os benefícios da cultura ágil nos negócios 

Não podemos perder de vista que estamos falando de uma mudança de cultura organizacional, ou seja, trata-se de uma mudança de mentalidade. A cultura ágil, assim, passa a integrar o próprio DNA da empresa, inaugurando uma nova maneira de agir e pensar no dia a dia corporativo. 

O resultado dessa inserção real de mudança na postura dos colaboradores abrange diversos benefícios, incluindo o maior engajamento do time a longo prazo, o que se reflete em mais produtividade e qualidade nas entregas. 

Outros importantes impactos positivos da cultura ágil são: 

  • mais agilidade nas entregas para clientes, sem comprometer o nível de qualidade;
  • mais produtividade da equipe;
  • redução nas ocorrências de retrabalho;
  • mais sintonia e colaboração entre as diversas equipes da empresa;
  • mais visibilidade para os projetos do negócio;
  • implementação de um cronograma ágil eficaz;
  • mais motivação e engajamento dos funcionários;
  • cultura orientada para o crescimento; 
  • mais alinhamento entre a TI e os objetivos e metas do negócio;
  • devido à qualidade das entregas, mais satisfação por parte dos clientes com o trabalho desenvolvido, o que também se reflete em maior possibilidade de fechar contratos e parcerias a longo prazo.

Cultura ágil: como implementar nas empresas? 

Em primeiro lugar, é importante destacar que não existem fórmulas prontas ou mesmo mágicas para implementar a cultura ágil com sucesso. É muito provável que cada empresa precise adaptar o processo às suas necessidades e particularidades. 

De maneira geral, o mais importante é que a jornada cumpra todos os princípios e valores determinados pelo Manifesto Agile

Confira alguns pontos valiosos para ajudar nessa etapa de implementação: 

Tenha em mente as principais características da cultura agile 

A cultura ágil tem um perfil específico que é pautado em alguns elementos fundamentais, que devem ser considerados por todas as lideranças e colaboradores:

  • colocar o cliente no centro do processo;
  • definição de metas objetivas;
  • cultura voltada para o crescimento;
  • ações e treinamentos focados no aprendizado e no aprimoramento do time;
  • transparência;
  • não ficar preso aos objetivos previamente definidos, fazendo as adaptações necessárias. 

Defina os principais problemas a serem resolvidos 

Toda e qualquer mudança na cultura organizacional deve ser motivada por questões e problemas que precisam ser solucionados. A consciência desses pontos é fundamental na adoção da cultura ágil. Exemplos de motivações/pontos críticos são: 

  • demora na entrega de soluções para os clientes;
  • reclamações acerca da qualidade dos produtos e serviços do negócio;
  • alto índice de turnover dos funcionários. 

Invista em uma liderança mais descentralizada 

Uma etapa importante da implantação é começar a reduzir a dependência das lideranças na empresa. No modelo ágil, o trabalho é mais descentralizado e distribuído. 

Dessa forma, deve-se focar na autonomia e na responsabilidade de cada colaborador, minimizando a hierarquia e a dependência de chefes para a tomada de decisões. 

Aposte em equipes menores 

Equipes com menos membros têm menor propensão a perder o foco, permitindo inclusive a realização de reuniões mais rápidas e eficientes. 

Outros pontos positivos de equipes reduzidas são a maior facilidade de comunicação e uma menor resistência à mudança, que é particularmente interessante do ponto de vista do método agile

Priorize uma comunicação eficiente e sem gargalos 

É imprescindível: na transição para a cultura ágil, todos os membros da equipe devem estar cientes do que está acontecendo e das etapas de implantação. Por esse motivo, ter uma comunicação eficiente e sem ruídos é essencial. 

Aqui, é interessante identificar e adotar recursos que possibilitem um fluxo de interações mais organizado e sem gargalos, garantindo que todos tenham acesso às informações. 

Por fim, é importante destacar que a cultura ágil é uma resposta direta e coerente às novas demandas trazidas pela transformação digital, seguindo o ritmo ditado pelas novas tecnologias. Dessa forma, o modelo ocupa a lacuna deixada pelas metodologias tradicionais com mais eficácia e melhores resultados. 

E aí, gostou do conteúdo? Aproveite para conferir nossas dicas para implementar um cronograma de backup eficiente e potencializar a segurança do seu negócio (e dos seus clientes)! 

Créditos da imagem de destaque: freepik

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