A evolução dos ataques cibernéticos tem tirado o sono de especialistas em cibersegurança, e não por acaso. O desenvolvimento de novas e sofisticadas técnicas para roubar informações sensíveis das empresas prossegue a pleno vapor, com destaque para técnicas clandestinas e avançadas de invasão de sistemas. É o caso do ataque APT.  

Também chamados de ameaças persistentes avançadas, esses cibercrimes estão se tornando cada vez mais comuns. Na América Latina, o Brasil é o país mais afetado pelo malware, o que sinaliza para os perigos da abordagem. 

Mas afinal, por que o ataque APT gera ainda mais preocupação do que outras ameaças mais tradicionais? O que pode ser feito para prevenir e evitar essa ação hacker de sérias consequências? Confira a seguir! 

Ataque APT: o que é a ameaça persistente avançada (advanced persistent threat)? 

A ameaça persistente avançada (advanced persistent threat ou APT) é um tipo de ataque cibernético complexo e direcionado no qual há a invasão de uma rede por período prolongado – ao longo desse tempo, os cibercriminosos aproveitam para minar ao máximo os dados altamente sensíveis de uma empresa ou instituição. 

O ataque, aqui, não é aleatório: esses cibercrimes se caracterizam por analisar e estudar seus alvos de forma sistemática e cuidadosa antes de agir. Em geral, miram vítimas cujos dados têm alto valor, com destaque para grandes empresas e órgãos governamentais. 

Nesse sentido, os APTs contam com um alto (e perigoso) nível de sofisticação e clareza por parte dos hackers, que têm como objetivo central roubar informações realmente valiosas e estratégicas, a exemplo de dados de propriedade intelectual e informações confidenciais de funcionários e clientes. 

Exemplos das (sérias) consequências das ameaças persistentes avançadas incluem: 

  • sabotagem da infraestrutura corporativa;
  • invasão e indisponibilidade de sites e sistemas; 
  • roubo de propriedade intelectual da organização;
  • roubo de informações sensíveis de clientes;
  • roubo de segredos comerciais e outros dados sigilosos e estratégicos. 

Trata-se, como podemos perceber, de uma ação hacker de alto nível. 

Alvos frequentes: quem precisa se preocupar? 

Como mencionamos, grandes corporações e instituições governamentais estão entre as principais vítimas desses complexos ataques. É interessante apontar, inclusive, que algumas ações de APT são financiadas por governos e até mesmo grupos terroristas, configurando-se como uma arma importante na chamada guerra cibernética. 

Organizações bancárias, empresas de infraestrutura, energia e defesa civil estão entre os segmentos mais visados pelos hackers nesses casos. 

No entanto, fica o alerta: ao contrário do que se pode pensar, o ataque APT deve ser uma preocupação de negócios de todos os tipos e portes – e isso envolve as pequenas e médias empresas

Cada vez mais, confirma-se a tendência de visar tais negócios (que compõem a rede de fornecedores de grandes companhias e são mais vulneráveis a invasões) para ganhar acesso ao alvo principal de um ataque APT, utilizando-os como “porta de entrada”. 

Quais técnicas são aplicadas no ataque? 

Como não poderia deixar de ser, as táticas aplicadas em uma ameaça persistente avançada são mais complexas e pouco conhecidas, aliando-se a malwares muitas vezes desenvolvidos para um único ataque específico. 

Para obter acesso à rede corporativa desejada, uma estratégia comum dos hackers é utilizar credenciais de rede válidas. Para isso, os invasores adquirem o acesso legítimo de um funcionário via tentativas de phishing e outras metodologias, o que dificulta a detecção da ameaça. 

Injeção de SQL, cross-site scripting (XSS) e inclusão de arquivo remoto (RFI) são outros exemplos de ações empregadas para invadir as redes empresariais. Em seguida, a expansão da presença criminosa na rede invadida pode ser realizada através de vírus cavalos de troia e backdoors

Vale acrescentar: esse tipo de ataque é mais lento e preciso, visando atingir uma única brecha de segurança. Depois de conquistar acesso, permanece na rede por um longo período até obter as informações desejadas. 

Alta sofisticação: quais são os diferenciais de um ataque APT? 

  • Complexidade significativamente maior; 
  • O ataque é prolongado: após infectar a rede da vítima, o APT permanece infiltrado na rede até obter o máximo possível de informações;
  • Em geral, o objetivo é invadir a rede corporativa como um todo, e não apenas uma parte específica; 
  • O ataque APT é de execução manual (não automatizada), independentemente do número de alvos. 

Os 3 estágios da ameaça APT 

Para ter sucesso, uma ação de advanced persistent threat deve contar com três estágios igualmente bem-sucedidos: infiltração, expansão e extração. Saiba mais: 

1. Infiltração 

Para obter acesso à rede, os criminosos utilizam técnicas de engenharia social como o phishing ou mesmo as táticas que já citamos de injeção de SQL, RFI e outras. 

É possível, ainda, que os hackers apostem um ataque DDoS simultâneo para distrair os especialistas de cibersegurança da empresa. A partir daí, enquanto os profissionais estão focados em reativar a disponibilidade dos sistemas, a invasão fica facilitada, especialmente porque as defesas se tornam mais vulneráveis. 

Ao concluir a invasão na rede, os criminosos geralmente instalam cavalos de troia ou backdoors para evitar a detecção do APT. 

2. Expansão 

É o estágio em que acontece o acesso e a obtenção efetiva dos dados sensíveis da rede corporativa atingida. Tais informações, como vimos, podem abranger registros financeiros, dados de clientes e documentos sigilosos sobre o lançamento de produtos e outros. 

A partir daí, os dados roubados podem ter os mais variados destinos. Venda para a concorrência, violação, alteração com vistas a sabotar a empresa e até mesmo exclusão completa de bancos de dados inteiros são exemplos de possíveis ações.

3. Extração 

A fase de extração consiste na coleta e no “armazenamento” dos dados roubados sem que os especialistas de segurança da organização percebam qualquer problema. 

Para evitar a identificação, muitas vezes é aplicado um novo ataque de DDoS, que enfraquecerá as defesas e pode acobertar o estágio de extração. 

Como se proteger de uma ameaça persistente avançada? 

Sofisticado e bem arquitetado, o ataque APT é de difícil detecção e demanda uma combinação de várias medidas de proteção. Uma equipe bem treinada em cibersegurança, soluções anti-malware avançadas e políticas bem definidas na área estão entre os pilares mais importantes de uma boa defesa corporativa. 

No que diz respeito ao treinamento do time, é fundamental que todos os colaboradores estejam conscientizados sobre as melhores práticas em proteção de dados (com destaque para as ameaças virtuais e táticas de engenharia social). 

Quando o assunto são as ferramentas de proteção, recursos básicos como antivírus e firewalls eficientes são importantes, mas é preciso ir além. Além de contar com sistemas de proteção de e-mail (que contam com módulos contra ameaças persistentes avançadas), é interessante investir em soluções mais completas e complexas em cibersegurança, a exemplo da Acronis Cyber Protect

Por fim, a elaboração de políticas claras e sólidas de segurança é crucial para guiar ações realmente proativas e eficazes de proteção de dados, unindo toda a empresa em prol de um ambiente de TI mais seguro. 

E então, o que achou do conteúdo? Manter-se atualizado com as últimas tendências em cibercrimes é fundamental para manter seu negócio um passo à frente das ameaças hacker. Para potencializar sua segurança contra o ataque APT e outros malwares, conheça as soluções mundialmente reconhecidas da Backup Garantido! 

Créditos da imagem de destaque: rawpixel.com 

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