Se a Internet das Coisas (IoT) representou uma verdadeira revolução tecnológica, o próximo passo da tendência promete levar suas possibilidades para o limite – literalmente. O edge computing (“computação de borda” ou “beira”, na tradução) veio para atender à necessidade de acelerar o processamento de dados e fornecer tecnologias ainda mais eficientes. 

Mas afinal, o que esse termo aparentemente difícil significa? Por que a inovação representa um grande avanço na prática? É o que veremos a seguir. Confira!  

Edge computing: definição  

Trocando em miúdos, o edge computing consiste em uma rede de micro data centers que processa dados críticos de maneira local (no próprio “limite” ou “beira” da rede), e não na nuvem

Considerando a rápida evolução da IoT (que se refere aos diversos dispositivos do nosso dia a dia que são conectados à internet, a exemplo dos smartwatches e eletrodomésticos inteligentes), a tecnologia representa uma grande evolução para obter processamentos mais ágeis e fazer análises mais complexas. 

Para exemplificar ainda mais, podemos dizer que o edge computing é uma espécie de contraponto para a nuvem

Nesse sentido, a abordagem oferece novas possibilidades para as aplicações de Internet das Coisas, trazendo benefícios principalmente para as tecnologias de reconhecimento facial, processamento de linguagem e detecção em geral. 

E o fog computing? Qual é a diferença? 

Se você já ouviu o termo “fog computing” e está confuso, pode ficar tranquilo: a expressão – assim como “fog edge” ou “fog computer” – é apenas uma outra maneira de designar edge computing. Em outras palavras, é a mesma coisa!  

Trata-se, de fato, de uma questão de preferência para nomear o conceito. A multinacional americana Cisco, por exemplo, escolhe usar “fog computing”. A companhia define a tecnologia como um procedimento para processar dados fora da nuvem, ou seja, nas bordas extremas da rede, permitindo analisar os dados próximos à sua fonte. 

Certo. Mas como a tecnologia funciona na prática? 

Em linhas gerais, como vimos, o edge computing tem como proposta central promover o processamento na borda da rede, ao invés de realizá-lo na nuvem. 

Nesse sentido, os dados são “tratados” localmente nas empresas e há uma hierarquia inteligente no armazenamento: as informações mais usadas no dia a dia são armazenadas em local próximo aos usuários, e apenas aquelas guardadas por muito tempo são enviadas para a nuvem

Os dispositivos corporativos, assim, se tornam mais responsáveis pelos processos de computação e análise. Nessa lógica, somente as informações mais usadas e relevantes atravessam a rede, superando obstáculos de conectividade e facilitando o acesso dos usuários aos arquivos. 

Entendendo o avanço: qual a importância do edge computing?

Redução da latência e fácil acesso aos dados 

Ao manter os dados e arquivos dos usuários mais perto da origem, a computação de borda não apenas simplifica o acesso a dados relevantes, mas também reduz a chamada latência, ou seja, o tempo de resposta da solicitação dessas informações. 

Vale esclarecer que, no edge computing, esse tempo de resposta é menor justamente porque os dados já estão próximos da sua origem. No caso da nuvem, a latência é maior porque as informações por vezes precisam se deslocar por uma longa distância entre os processos de envio e retorno dos dados. 

Capacidade de realizar processos e análises avançados 

Para entender melhor os benefícios da nova tecnologia, vale resgatar a definição de edge computing fornecida por Raj Talluri, vice-presidente de Gestão de Produto da Qualicomm Technologies. Para ele, a computação de borda consiste em dispositivos que conseguem realizar processos e análises avançados. 

Isso significa que os próprios dispositivos que geram as informações se tornam capazes de processá-las e analisá-las (na cloud computing, essas análises ficam restritas à nuvem). 

Nessa perspectiva, cada dispositivo atua como uma espécie de “mini data center”, o que fornece também uma garantia a mais em momentos de instabilidade. Afinal de contas, os dispositivos não ficam mais 100% dependentes da nuvem – o edge computing pode entrar em cena para dar suporte em momentos críticos

Suporte para o uso de realidade virtual e aumentada 

Para dar um exemplo de aplicação prática de edge computing, podemos mencionar também o uso de realidade virtual e aumentada. Geralmente, essas tecnologias sofrem com banda larga insuficiente e grande latência ou tempo de resposta, o que é solucionado pela implementação da computação de borda. 

Vale lembrar que isso também vale para dispositivos IoT, como é o caso dos smart cars. Afinal, todo usuário deseja que seus dispositivos inteligentes tomem decisões e processem os dados em tempo real (ou quase). 

Facilidade e agilidade nos insights de negócio e na tomada de decisões

Outro grande benefício da tecnologia é sua habilidade de conduzir análises massivas de dados on-site (localmente), o que permite tomar decisões mais ágeis, assertivas e facilitadas. 

Mais resiliência e menos custos 

Tradicionalmente, a ideia da cloud computing é centralizar os serviços em grandes data centers. Isso possibilita que os recursos se tornem altamente escaláveis, além de poderem ser compartilhados com mais eficiência sem deixar de manter o controle e a segurança da empresa. 

Nesse cenário, o edge computing veio para preencher as lacunas das situações em que a abordagem da cloud computing não é totalmente satisfatória (devido a requisições de rede ou outras limitações). 

Afinal, a computação de borda foca em centrais pequenas de computação que reduzem o custo de rede, evitam restrições de banda larga, minimizam atrasos de transmissão/falhas de serviço e ainda permitem um controle melhor no fluxo de dados sensíveis

Para os usuários finais, que ganham fácil no acesso aos seus dados, isso é sinônimo de uma experiência mais ágil e consistente. Por sua vez, as empresas e provedores de serviços ganham em menor tempo de resposta e aplicações altamente disponíveis com monitoramento em tempo real. 

O edge computing veio para decretar o fim da cloud computing? 

Não! Na verdade, a substituição de tecnologias tende a acontecer de maneira gradual, e não há como afirmar que o edge computing vai superar a aplicação da cloud. 

Hoje, ambas as abordagens funcionam de forma complementar, e não competitiva. Idealmente, as empresas poderiam transferir suas operações da nuvem para a borda facilmente e sempre que necessário. 

Para exemplificar, é possível usar a nuvem como central de armazenamento dos backups vindos dos dispositivos com edge computing. 

Por fim, é interessante apontar: o edge computing marcará cada vez mais presença no mundo corporativo e no universo da Internet das Coisas, facilitando o acesso às informações e otimizando os processos. 

E aí, gostou do conteúdo? Esperamos que tenha esclarecido suas dúvidas! Para ficar a par dos novos desafios da TI e gerar vantagem competitiva, confira também 9 táticas para acelerar a transformação digital no seu negócio! 

Créditos da imagem de destaque: jcomp

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