A pandemia do coronavírus (COVID-19) de fato se parece com um cenário de “fim do mundo”. Mas isso não acontecerá. O isolamento social, a quarentena, a baixa nos equipamentos médicos, o aumento diário de mortes no mundo devido ao novo vírus – todos esses fatores irão se transformar (e melhorar) em meses ou semanas. Por sua vez, os efeitos na economia podem durar de meses a anos. 

De fato, há muitas incertezas sobre os desdobramentos da crise atual. A prioridade número um é a sobrevivência. O propósito da sobrevivência é ter sucesso no futuro. Para ter um futuro bem-sucedido, entretanto, seu negócio precisa se planejar

A seguir, confira as etapas que você e sua empresa devem seguir para se preparar para o mundo pós-pandemia! 

1. Aumente agora os investimentos em TI

Sim, sabemos que essa dica parece muito contraditória no atual cenário. Mas considere o impacto de todas as tendências atuais. 

A maior e mais imediata tendência, é claro, é a contenção de custos. Uma pesquisa da PwC demonstrou que cerca de 62% das organizações estão tomando medidas de contenção de custos relativas à crise do coronavírus. 

Porém, de maneira geral, essa contenção de despesas vem sendo afetada pela substituição do físico pelo virtual – chats de vídeo no lugar de viagens de negócios, reuniões e conferências. 

Um grande número de funcionários agora trabalham de casa, o que é uma mudança semi-permanente. É improvável que o trabalho presencial nas empresas seja mantido na mesma proporção após o fim da crise. Vale lembrar que essa transição para o home office significa menos gastos com estações fixas de trabalho e mais investimento em estrutura de TI para trabalho remoto

Transição para o home office e o virtual

Para sobreviver, o varejo migra para o online. O atendimento ao cliente se tornou virtual. Com o isolamento social, as interações entre funcionários, clientes e parceiros só podem ocorrer via tecnologia. Com as ascenção do trabalho remoto, novos hábitos estão se formando – e eles devem permanecer no mundo pós-pandemia, que será um mundo diferente

Nesse sentido, os altos gastos com interações presenciais (viagens, reuniões etc) terão uma grande queda, enquanto os custos (relativamente mais baixos) das interações eletrônicas subirão. Isso vai provocar uma mudança nas despesas relativas à TI

Aumento do cybercrime

Há ainda, é claro, as múltiplas tendências em ameaças de segurança, que apontam para a necessidade de mais investimento em ferramentas de proteção de dados. Afinal, uma recessão global impulsiona o cybercrime

Todo o medo associado ao coronavírus já vem sendo explorado através de roubos de dados, engenharia social e ataques de phishing. De fato, é mais barato investir na infraestrutura adequada de segurança do que arcar com os custos de possíveis falhas e vazamentos de dados. 

No atual contexto, muitos desejarão cortar todos os tipos de custos sem pensar – mas isso é uma receita para o desastre. Para reduzir despesas, é fundamental investir em alternativas de custo mais baixo. Cortar todos os gastos sem planejamento provavelmente resultará em fracassos catastróficos e ataques cibernéticos. 

Leia Mais: COVID-19 e trabalho remoto: 6 dicas para manter a segurança nas operações 

2. Foque em retenção e até contratação de talentos em TI

Os departamentos de segurança e TI já sofriam de uma carência de talentos/habilidades antes da pandemia. Eles sofrerão essa carência durante a pandemia. E continuarão a sofrer após a pandemia. 

Construir equipes sólidas e talentosas é um processo árduo, demorado e que tem retorno sobre o investimento somente em longo prazo. Agora não é hora de deixar esse esforço de lado!

3. Planeje o negócio para um aumento permanente no trabalho remoto

Todos estão falando sobre o fenômeno do home office, principalmente quando se trata dos ajustes psicológicos necessários para essa transição. Por outro lado, pouco se fala sobre um outro problema emergente: as empresas estão enfrentando desafios sem precedentes na sua infraestrutura de comunicação

Até mesmo a Força Aérea dos EUA reportou que ultrapassou sua capacidade máxima de VPN (rede privada virtual), que é de 72.000 usuários. 

Para se ter uma ideia, o app de conferência da Microsoft ganhou mais de 12 milhões de usuários diários em uma única semana. O aplicativo Slack vem apresentando um crescimento semelhante. E enquanto o famoso Zoom é a grande estrela do movimento atual de trabalho remoto, outras aplicações similares também estão se destacando. 

A transição para o modelo de home office indica que seus funcionários agora estão, mais do que nunca, confiando em serviços de banda larga, que têm registrado recordes de utilização. 

Nesse contexto, é bastante provável que seus colaboradores venham a perder conectividade (ou sofram com grande lentidão na conexão):  muitos serviços de banda larga não estão conseguindo atender à alta na demanda. Por isso, é interessante começar a planejar uma distribuição de hotspots móveis ou outros caminhos alternativos para manter a equipe conectada durante o trabalho remoto. 

Do dia para a noite, a pandemia aumentou radicalmente o acesso remoto e o uso de videoconferências. Mas esses sistemas ainda não estão assegurados ou preparados da maneira adequada. 

É também verdade que milhares de empresas pelo mundo foram pegas de surpresa quando o assunto é uma política sólida que determine as regras para trabalho remoto. Isso deve ser resolvido imediatamente.

Garanta que sua política esteja atualizada para a presente situação, contemplando fatores importantes como expectativas de produtividade/tempo de resposta, horas de trabalho, equipamentos, suporte técnico, segurança, confidencialidade e outros. 

Nesse sentido, é importante continuar a construir e desenvolver sua política de trabalho remoto durante e após a crise. 

Tenha em mente que muitos funcionários remotos da sua empresa não terão as habilidades, inclinações, personalidade ou hábitos necessários para trabalhar com sucesso em home office. É provável que você tenha que oferecer um treinamento online nesse momento de adaptação. 

Finalmente, é muito importante considerar que os talentos de TI estarão trabalhando de casa – e essa mudança provavelmente será permanente para muitos deles. Isso exigirá ajustes especiais em infraestrutura, hardware, software e treinamento. 

Saiba Mais: Home office em TI: 8 dicas de produtividade em tempos de coronavírus 

4. Desenvolva uma comunicação centralizada 

Em uma crise (e um futuro pós-crise em que os funcionários estarão mais dispersos), a necessidade de uma comunicação centralizada é maior do que nunca

Primeiro, defina um time para liderar a comunicação, que deve ser diária. Essa equipe deve se encontrar regularmente, definir um processo para envolver a gerência e transmitir as informações para todos com clareza e transparência – na maior velocidade possível. 

Paralelamente a esse esforço, é importante que os negócios também se comuniquem de maneira frequente e efetiva com clientes, parceiros, stakeholders e demais envolvidos na organização

Não se esqueça: a comunicação é o elemento mais importante da liderança. Durante e após a crise, um retorno para operações bem-sucedidas vai demandar essa liderança. Depois que a tempestade passar, todos estarão buscando verdadeiros líderes que transmitam firmeza e segurança, contextualizem os eventos em um cenário maior e façam com que todos olhem juntos para a mesma direção

Com habilidade e um pouco de sorte, sua organização atravessará esse período difícil. O sucesso e o crescimento após a pandemia dependerão em grande parte das decisões que os líderes tomarem agora. Fique calmo, pense em longo prazo e guie sua empresa ao longo da crise – e em direção a um futuro de sucesso! 

Referências: Este artigo adaptado é de autoria de Mike Elgan, publicado no InsiderPro.  

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