Quem trocou (ou pretende trocar) a carteira assinada para empreender em TI sabe que o caminho traz muitas vantagens e, como não poderia deixar de ser, desafios. Com a nova carreira, uma das maiores dificuldades, sem dúvidas, são os ganhos mensais variáveis.

Sem uma renda fixa, planejar e controlar as finanças torna-se uma tarefa mais difícil – e, por isso mesmo, ainda mais imprescindível. Manter a estabilidade, projetar o crescimento do seu negócio, contratar o primeiro funcionário, expandir a equipe e os investimentos…  tudo isso está vinculado a uma boa organização nas finanças. 

A seguir, tome nota de 6 dicas importantes para fazer seu planejamento financeiro e evitar armadilhas! 

Empreender em TI: planeje suas finanças em 6 passos 

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Créditos: rawpixel.com

1. Nada de misturar finanças pessoais e profissionais 

Essa é uma dica básica e até mesmo clichê, mas extremamente necessária: misturar os gastos é um dos fatores que mais motivam dívidas dos profissionais autônomos, gerando uma grande falta de clareza sobre ganhos e despesas. 

Nesse cenário, mesmo que você atue como um empreendedor solo, sem outros funcionários e sem escritório fixo, você é uma empresa – aja como tal. O primeiro passo é criar uma conta bancária para a Pessoa Jurídica, separando-a da física. Os planejamentos financeiros também devem ser independentes

Idealmente, a receita do seu negócio deve incluir capital de giro para reinvestimento na empresa, além da sua renda pessoal mensal. Somente essa organização, portanto, poderá viabilizar seu “salário” – definir o lucro e a média salarial só é possível com o conhecimento da situação contábil

Vale lembrar: o cuidado nessa separação também facilita as obrigações burocráticas, incluindo a declaração do imposto de renda.

Saiba Mais: Como conquistar clientes de receita recorrente em TI?

2. Calcule custos e elabore orçamentos mensais e anuais 

Agora que as contas pessoais e da empresa estão separadas, é a hora de colocar todos os custos fixos no papel. Aluguel, luz, telefone, internet, gastos com funcionários e outras contas que se repetem mensalmente devem ser incluídas. Nesse momento, é interessante já analisar o que há de supérfluo e pode ser cortado para economizar. 

A partir dessa definição, faça um orçamento mensal prevendo a quantia suficiente para arcar com os custos. No caso dos valores variáveis (como luz e água), a dica é fazer um cálculo da média dos últimos meses para se planejar. 

Além da organização mensal, considere também outro planejamento fundamental para autônomos: o anual. Com essa visão ampla, você poderá saber como suas receitas e despesas se comportam em um maior período, além de prever temporadas de altas e baixas nos rendimentos. 

Com base nessas previsões por período do ano, é possível identificar quando e quais setores do orçamento vão exigir corte de custos. Outras despesas também podem entrar na sua organização anual, como IPVA, IPTU e a declaração de impostos. 

3. Crie uma reserva financeira 

No caso de uma emergência ou imprevisto financeiro, você tem uma reserva para a qual recorrer ou apenas seus rendimentos mensais? Ter um respaldo é indispensável quando os ganhos são variáveis. Para os autônomos, esse cuidado evita muitas solicitações de empréstimo e dívidas. 

Nesse sentido, estabeleça uma quantia mensal que será destinada para sua reserva financeira – a ser retirada do salário ou faturamento. Em meses de melhores resultados, coloque mais dinheiro. De acordo com os especialistas, o ideal é ter em caixa no mínimo o equivalente a 6 meses de cobertura das contas. 

Aqui, considere os seus gastos pessoais e também o capital de giro necessário para que a empresa continue operando (ou seja, as despesas essenciais do negócio). 

Saiba Mais: Empreender em TI: 8 dicas-chave para alavancar sua prestação de serviços 

4. Defina seus preços com inteligência 

Com a decisão de empreender em TI, a precificação dos serviços é uma etapas mais importantes, influenciando diretamente no planejamento das suas finanças. 

Ao estipular um preço para seu trabalho, não deixe de fazer uma pesquisa de mercado, considerar todos os seus gastos fixos e prever uma margem de lucro (lembre-se de que, a partir desse valor, você deverá retirar seu salário, alimentar sua reserva financeira e ter capital para reinvestir na empresa, idealmente). 

É importante, ainda, fazer uma revisão desses valores (preços de serviços, receitas e despesas) a cada seis meses. Dessa forma, você se mantém atualizado a respeito do valor cobrado pela concorrência e as questões de inflação. 

Não faz ideia se você está precificando do jeito certo? Está em dúvidas sobre o valor cobrado pelos seus serviços? Confira nossas dicas para definir seus preços e se manter competitivo! 

5. Pensando no futuro: planeje-se para o longo prazo 

E a sua aposentadoria, já pensou? Não há como falar em planejamento financeiro sem considerar as necessidades futuras, quando se torna complicado manter o mesmo ritmo de trabalho. 

É preciso ter em mente que, ao renunciar a carteira assinada, quem empreende também renuncia a garantia do FGTS e a contribuição automática ao INSS. Dessa forma, é preciso cuidar por conta própria dessas questões. 

No caso do regime dos microempreendedores individuais (MEI), há o recolhimento básico do INSS via contribuição mensal. Outras alternativas interessantes incluem o investimento em uma previdência privada ou em títulos públicos de vencimento longo. 

Nesse cenário, busque definir e destinar uma quantia voltada para seu futuro todos os meses, transformando-a em um custo fixo no orçamento. 

Saiba Mais: Contrato de prestação de serviços de TI: saiba como não errar 

6. Registre e acompanhe todas as entradas e saídas 

Quando o assunto é empreender em TI, esse é um dos deslizes mais comuns entre os profissionais: perder o controle acerca das contas a pagar e das contas a receber. 

Lembre-se: é preciso registrar religiosamente todas as entradas e saídas de dinheiro, além de monitorar e acompanhar com frequência cada lançamento. Também conhecida como “fluxo de caixa”, essa ferramenta é tão simples quanto essencial para entender a saúde financeira do seu empreendimento. 

Vale acrescentar que esse cuidado também permite fazer projeções precisas dos seus recursos futuros, prevendo cenários financeiros e possíveis investimentos. Além disso, o recurso também possibilita entender a evolução das finanças com o passar do tempo. 

E então, gostou das dicas? Você já aplica algumas das orientações acima na gestão das contas do seu negócio?

Quer você já empreenda ou deseje empreender em TI, é importante pensar também em maneiras de agregar valor aos serviços e atrair/reter seus clientes. Confira nosso guia para atuar como provedor de serviços gerenciados em TI e impulsionar seu negócio! 

Créditos da imagem de destaque: pch.vector

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